22/09/2014

Ipsis Verbis (10)


ADONAIS: AN ELEGY ON THE DEATH OF JOHN KEATS

I
       I weep for Adonais—he is dead!
       Oh, weep for Adonais! though our tears
       Thaw not the frost which binds so dear a head!
       And thou, sad Hour, selected from all years
       To mourn our loss, rouse thy obscure compeers,
       And teach them thine own sorrow, say: "With me
       Died Adonais; till the Future dares
       Forget the Past, his fate and fame shall be
An echo and a light unto eternity!"

II
       Where wert thou, mighty Mother, when he lay,
       When thy Son lay, pierc'd by the shaft which flies
       In darkness? where was lorn Urania
       When Adonais died? With veiled eyes,
       'Mid listening Echoes, in her Paradise
       She sate, while one, with soft enamour'd breath,
       Rekindled all the fading melodies,
       With which, like flowers that mock the corse beneath,
He had adorn'd and hid the coming bulk of Death.

III
       Oh, weep for Adonais—he is dead!
       Wake, melancholy Mother, wake and weep!
       Yet wherefore? Quench within their burning bed
       Thy fiery tears, and let thy loud heart keep
       Like his, a mute and uncomplaining sleep;
       For he is gone, where all things wise and fair
       Descend—oh, dream not that the amorous Deep
       Will yet restore him to the vital air;
Death feeds on his mute voice, and laughs at our despair.

12/09/2014

Prima Facie (4) - "Vagabundo"

A palavra “vagabundo”, que em português designa todo aquele que não tem ocupação, ou que tem uma vida errante, tem como origem o adjectivo latino “bacchabundus”, que se refere àquele que sofre o delírio inspirado por Baco, ou seja, àquele que se encontra num estado de embriaguez e de exaltação tal que grita e se agita e se entrega a todos os tipos de devassidão. Da designação de um mero bêbedo, passou então a designar, por metonímia, todos aqueles que, mesmo que não como consequência de beberem em demasia, levam a vida ignominiosa por que define, geralmente, a vida de um bêbedo.

04/09/2014

Ipsis Verbis (9)


Espera-se do filho que cumpra todos os sonhos que os seus pais sonharam, mas que nunca realizaram; espera-se que ele se torne um grande homem e um grande herói na vez do pai, ou que ela consiga um príncipe para marido, como retribuição tardia devida à mãe. A mais precária das aspirações narcisistas – a imortalidade do ego, tão gravemente ameaçada pela simples realidade – é assegurada pela escapatória encontrada no filho. O amor paterno, tão comovente e, no entanto, tão infantil, não é mais do que o narcisismo que ressurge nos pais, o qual, ao transformar-se no objecto desse amor, inegavelmente revela a sua verdadeira natureza.

Sigmund Freud, “On the Introduction of Narcissism”